28 março, 2010
ALQUIMIA
Durante séculos, a alquimia andou a par com a procura do santo Graal,Os alquimistas sabiam que logo que desvendassem o código dos mistérios da vida teriam as mais preciosas e poderosas capacidades ao alcance das pontas dos dedos, contudo, tal como o santo graal, o sonho dos alquimistas mantivesse fugido.
A palavra alquimia, AL-Khemy, vem do árabe e quer dizer "a química". Esta ciência começou a se desenvolver por volta do século III a. C. Em Alexandria, o centro de convergência da época e de recriação das tradições gregas, pitagóricas, platónicas, estóica, egípcias e orientais. A alquimia deve sua existência à mistura de três correntes: a filosofia grega, o misticismo oriental e a tecnologia egípcia. Obteve grande êxito na metalurgia, na produção de papiros e na aparelhagem de laboratório, mas não conseguiu seu principal objectivo: a Pedra Filosofal.
Os Alquimistas foram os ávidos pioneiros da ciência mas trabalhavam a partir de perspectivas muito diferente das dos químicos modernos, a sua época era misticismo, em que era dada uma ênfase semelhante tanto aos poderes sobrenaturais, mais terrenos. Tratou-se de cruzamento extraordinário, durante o qual se tentou transformar o físico em metafísico.
Os alquimistas eram vistos como pessoas de hábitos estranhos - por exemplo, passar horas e horas contemplando uma planta. Mas a simples observação da natureza parece tê-los feito perceber o que hoje reza a física quântica: tudo no universo está interligado.
A alquimia é uma arte e pseudociência oculta. Os principais objectivos de seus praticantes têm sido
(1) Transformar metais comuns (como chumbo ou cobre) em preciosos (como outro ou prata) (o motivo da transmutação);
(2) Criar um elixir, uma poção ou um metal capaz de curar todas as doenças (o motivo médico), e
(3) Descobrir um elixir que conduziria à imortalidade (o motivo da transcendência).
A substância mágica que transmutaria metais, seria a panaceia universal e serviria como chave para a imortalidade era chamada de pedra filosofal.
A alquimia é baseada na crença de que há quatro elementos básicos: fogo, ar, terra e água-- e três essenciais: sal, enxofre e mercúrio.
O ELIXIR DA VIDA E A PEDRA FILOSOFAL
O grande sonho era a descoberta do elixir da vida, garantindo a imortalidade através da sabedoria, para isso a atracção adicional da transformação dos metais básicos em ouro usando a muito procurada pedra filosofal, uma finalidade que agora é interpretada como metáfora para o desenvolvimento espiritual. Por outro lado, alguns alquimistas devotaram-se á descoberta de um remédio universal que curasse todas as doenças da humanidade.
Entre os que praticavam a alquimia encontrava-se um distinto estudioso e filosofo S. Tomas de Aquino, que a designava por “uma arte verdadeira, mas difícil” O Papa João XXII também se dedicava à alquimia e foram muitos mosteiros que praticaram essa técnica. Carlos II, de Inglaterra tinha ate um laboratório no seu próprio quarto.
A alquimia tem uma história com duas vertentes que se desenvolveram simultaneamente no ano 3 a.C., tanto nas antigas culturas do Egipto como na China. A estirpe egípcia, fortemente influenciada pelos gregos, acabou ser categorizada como alquimia ocidental e diz-se que o seu fundador foi Hermes Trimegisto, uma figura mítica baseada nos deuses Toth e Hermes.
Hermes "Trismegisto" (isto é, três vezes grande) é identificado como sendo o deus egípcio Toth, que é uma representação do poder intelectual. Referências a ele já existiam nos tempos do filósofo Platão, por volta do ano 400 a. C. O mito de Hermes descrevia como o mesmo governara durante 3226 anos como rei muito sábio, e como escrevera 36.525 livros sobre os princípios da natureza. Apesar da maior parte das suas obras se ter perdido num grande incêndio, os fragmentos que restaram foram enterrados em um lugar secreto. Crê-se que uma das obras lendárias foi The Emerald Table, pelo seu nome latinizado, Tábula Smaragdia.
Esta inscrita com os segredos do universo e era isto o que mais interessava aos alquimistas. De acordo com o mito, Trismegisto terá afirmado “ O homem sábio governa a natureza e não é a natureza que governa o homem sábio…A vontade do homem estende-se ás fundeias do mar e ás alturas do firmamento” tratava-se claramente de um pensamento muito atraente.
Tábula Smaragdia : São preceitos metafísicos bastante avançados e complexos, de forma que só eram compreendidos pelos iniciados. Do nome de Hermes derivou o termo "hermético" e o "hermetismo", que significam "aquilo que é fechado, restrito". Algo que é hermeticamente fechado significa inacessível. Ensinamentos herméticos são restritos aos iniciados e pessoas comprometidas com determinada área do ocultismo.
Os egípcios inventaram o processo da junção dos opostos, envolvendo os quatros elementos –fogo-terra-ar-agua, tal como foi estabelecido por Aristóteles. Para os egípcios, o enxofre representava a alma, considerada como masculina, enquanto o mercúrio era o espírito, considerado como sendo feminino, séculos mais tarde, os alquimistas adicionaram o sal aos ingredientes vitais simbolizando o corpo. A tradição egípcia espalhou-se através das culturas romanas e árabes antes de chegar á Europa através da península ibérica.
Os sábios que dedicaram sua vida inteira à pesquisa alquímica pretendiam transformar os materiais opacos em metais brilhantes e nobres. Em suas recolhas de laboratórios realizavam valiosas pesquisas e idealizaram uma linguagem cheia de símbolos indecifráveis para, deste modo, burlar a vigilância a que estavam submetidos por parte daqueles regulamentos sociais, que em todos os tempos tem considerado como tarefa prioritária a perseguição, ou desqualificação daqueles que se atrevem a discordar e não compartilhar dos convencionalismos. Os grandes personagens do pensamento hermético e esotérico anotavam suas investigações em códigos e as chaves decifradoras só eram conhecidas pelos iniciados. Com isso muitos alquimistas se separavam da sociedade, formando seitas secretas e seu engajamento era feito através de juramentos:
“Eu te faço jurar pelos céus, pela terra, pela luz e pelas trevas; Eu te faço jurar pelo fogo, pelo ar, pela terra e pela água; Eu te faço jurar pelo mais alto dos céus, pelas profundezas da terra e pelo abismo do tártaro; Eu te faço jurar por Mercúrio e por Anubis, pelo rugido do dragão Kerkorubos e pelo latido do cão de três tetas, Cérbero, guardião do inferno; Eu te conjuro pelas três Parcas, pelas três fúrias e pela espada a não revelar a pessoa algumas nossas teorias e técnicas.
Devido às suas origens, a alquimia apresentou um carácter místico, pois absorveu as ciências ocultas da Mesopotâmia, Pérsia, Caldéia, Egito e Síria. A arte hermética da alquimia já nasceu em lenda e mistério. Os alquimistas usavam fórmulas e recitações mágicas destinadas a invocar deuses e demónios favoráveis as operações químicas. Por isso muitos eram acusados de pacto com o demónio, presos, excomungados e queimados vivos pela Inquisição da Igreja Católica. Por questão de sobrevivência, os manuscritos alquímicos foram elaborados em formas de poemas alegóricos, incompreensíveis aos não iniciados. Mais de dois mil anos antes do início da nossa era, os babilónios e os egípcios, procuravam obter ouro artificialmente, e já se interessavam pela transformação dos metais em ouro. Nessa época, a prática da alquimia era realizada sob o mais absoluto dos segredos, pois era considerada uma ciência oculta. Sob a influência das ciências advindas do Oriente Médio, os alquimistas passaram a atribuir propriedades sobrenaturais às plantas, letras, pedras, figuras geométricas e os números eram usados como amuletos, como o 3, o 4 e o 7.
Em função das condenações proclamadas pela Igreja Católica aos alquimistas, durante a Idade Média, o cheiro de enxofre passou a ser associado ao diabo. Os alquimistas faziam suas experiências com enxofre comum, sendo denunciados pelos fortes cheiros emanados de suas casas ou laboratórios, o que permitia que fossem facilmente detectados e acusados de bruxaria e pacto com o demónio, pondo fim aos seus trabalhos. É também digno de registo a criação de Drácula, o vampiro, acusado de obter longevidade às custas do sangue humano. Seu surgimento não passou de uma bem sucedida tentativa para desmoralizar uma ordem mística alquimista, surgida na Idade Média, que trabalhava na obtenção do elixir da longevidade. Importante também, é enumerar as muitas descobertas feitas por alquimistas em seus laboratórios, nas suas tentativas para atingir a Pedra Filosofal: Água-régia (mistura de ácido nítrico e clorídrico), arsénio, nitrato de prata (que produz ulcerações no tecido animal), acetato de chumbo, bicarbonato de potássio, ácidos sulfúrico, clorídrico, canfórico, benzóico e nítrico, sulfato de sódio e de amónia, fósforo, a potassa cáustica (hidróxido de potássio, que permitia a fabricação de sabões), entre muitas outras coisas que possibilitaram a evolução da humanidade. O sucesso da alquimia na Europa se deve aos árabes, que introduziram ideias místicas acompanhadas por avanços práticos no procedimento químico como a destilação e a descoberta de novos metais e componentes.
Quanto ao êxito dos alquimistas, só nos é possível especular. Contudo, em 1963, durante a construção de um caminho-de-ferro, foi encontrada uma grande riqueza de artefactos. Entre eles se encontrava-se um cilindro de cobre e uma barra de ferro que pertenceram, quase de certeza, a uma célula eléctrica primitiva. Foi datada como pertencendo ao período Parto, de cerca do ano 200 a.C. Terá sido um primeiro triunfo dos alquimistas? Sabe-se que nesse período existiam joalharia revestida a ouro e prata.
E possível que os alquimistas tivessem tropeçado num aparelho electrónico quando procuravam transmutar os metais básicos.
IDADE DA RAZÃO
Foi apenas em 1661, quando Robert Boyle publicou o seu “Sceptical Chymist”, que os há aceites princípios da alquimia foram finalmente questionados. A aparente cobiça dos alquimistas mancho a sua relação, a idade da razão prevaleceu e a alquimia passo a estar for a de moda.
Ela também se desenvolveu na china, por transmissão de boca em boca, mas dedicava-se fundamentalmente á procura da imortalidade através da repetida destilação de elixires e encontrava-se intimamente ligada ao Taoísmo, a única religião indígena.
Na índia, a alquimia fio igualmente florescente e o remédio da “sabedoria da vida” começou a ser procurado por volta do ano 1000 a.C. O ioga desempenhava um papel vital em ambos aspectos da alquimia oriental
BY DCLXVI OPUS
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